domingo, 22 de abril de 2012

MELÔ O DRAMA: MELODRAMA



O melodrama é um gênero teatral que começou a se desenvolver no século XVIII, influenciando as artes dramáticas até os dias atuais. Sua especificidade é a utilização de música e ação dramática (diálogos falados), porém se diferenciando da ópera, por utilizar música incidental para expressar a carga emocional das personagens e as situações em que se encontram imersas. Já no século XIX, o melodrama se define como gênero teatral, por utilizar com autonomia a prosa, numa linguagem popular, recheada de mistério, sentimentalismo, suspense, e outras formas de sofrimento e alegria próprias do cidadão comum, o proletariado.

É característica do melodrama intensificar as virtudes e vícios das personagens, sejam elas vilãs ou heróis, enfatizando-lhe artificialmente determinadas características, pois o objetivo maior desta estética é impressionar e comover cada espectador, através da “verossimilhança” (semelhança com a realidade), reafirmando a qualidade moral e sentimentalista da obra.

O francês René-Charles Guilbert de Pixerécourt (1773-1844) foi um dos autores mais importantes de melodramas de sua época, escrevendo um número aproximado de cem peças. É considerado o criador do Melodrama, em 1800 com sua obra Coeline, onde utilizou diversas máquinas, cenas de combate e danças para construção de suas cenas, alternando elementos estéticos da tragédia e da comédia. Outros grandes representantes desta forma de teatro são: o inglês Thomas Holcroft (1745-1809), o alemão August Friederich Von Kotzebue (1761-1819) e, nos Estados Unidos Dion Boucicault (1822-1890).

O melodrama teve influência decisiva para o surgimento do Drama Romântico, e no final do século XIX o surgimento do Folhetim. O período do “Naturalismo” no teatro, veio negar a forma de interpretação Melodramática, por ser considerada exagerada e antinatural, possuidora de um efeito de apelo fácil e gratuito ao espectador.

Publicado originalmente em http://www.infoescola.com/teatro/melodrama/



DE LÁ PRA CÁ


Julieta (Cantando) –      Arranquei a batata da terra
 arranquei a batata da terra
 Só nos resta a canção
 arranquei a batata da terra
 A balada do lado sem luz
 arranquei a batata da terra!


Cena de Balada do lado sem luz no Teatro SESI/Rio Vermelho em Salvador, 2001. Em cena Ana Paula Carneiro e Uarlen Becker. Texto, direção e iluminação Uarlen Becker.


Romeu - É da guerra, Julieta!

Julieta – Hein? Não ouvi!

Romeu – O que você disse?

Julieta – Que não ouvi!

Romeu – Não ouviu o quê?

Julieta - Ai, o que você falou Romeu!

Romeu – Eu falei que não é batata da terra, é batata da guerra!

Julieta – Não, é da terra, mesmo!

Romeu - Deve ser!

Julieta - Mas Romeu me diz uma coisa!

Romeu – Digo!

Julieta – Por que será que na guerra os soldados comem batatas?

Romeu – Ah, acho que é pra dar mais firmeza pra enfrentar as batatas.

Julieta – As batatas?

Romeu – Perdão. Pra enfrentar as batalhas! É que uma batalha, como toda guerra, é uma batata quente!

Julieta – A gente come batata todo dia e não estamos em uma guerra!

Romeu (Para as roupas) - Entenderam?

COMÉDIA

Personagens da peça A Bofetada


Uma das principais características da comédia é o engano. Frequentemente, o cómico está baseado no facto de uma ou mais personagens serem enganadas ao longo de toda a peça. À medida que a personagem vai sendo enganada e que o equívoco vai aumentando, o público (que sabe de tudo) vai rindo cada vez mais.

No surgimento do teatro, na Grécia, a arte era representada, essencialmente, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia. Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia diz que enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da platéia.
A importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de ideia, inicialmente política. Assim como hoje, em seu surgimento, ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da comédia: governantes, nobres e nem ao menos os Deuses (como pode ser visto, por exemplo, no texto As Rãs, de Aristófanes).

Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em qualquer esfera: política, social, econômica. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entretenimento.

Assim, atualmente, não há grande distinção entre a importância artística da tragédia (mais popularmente conhecida simplesmente como drama) ou da comédia. Em defesa do gênero, o crítico de artes Rubens Ewald Filho lembra o ditado: "Morrer é fácil, difícil é fazer comédia". De fato, entre os artistas, reconhece-se que para fazer rir é necessário um ritmo (conhecido como timing) especial que não é dominado por todos.

É difícil analisar, cientificamente, o que faz uma pessoa rir ou o que é engraçado ou não. Mas uma característica reconhecida da comédia é que ela é uma diversão intensamente pessoal. Para rir de um fato é necessário re/conhecer (rever, tornar a conhecer) o fato como parte de um valor humano - os homens comuns - a tal ponto que ele deixa de ser mitológico, ameaçador e passa a ser banal, corriqueiro, usual e pode-se portanto rir dele. As pessoas com frequência não conseguem achar as mesmas coisas engraçadas, mas quando o fazem isso pode ajudar a criar laços poderosos.

Publicado originalmente em http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9dia